No momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) articula uma reação às queimadas com os líderes do Congresso Nacional e prepara o discurso na Assembleia Geral da ONU, ambientalistas ouvidos pela CNN criticam a ação do governo federal em relação ao meio ambiente.

“Lula não é um negacionista, mas não colocou a questão climática no centro da agenda e agora corre atrás do prejuízo”, disse Luís Fernando Guedes, diretor-executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, à CNN.

De acordo com o ambientalista, entre as queixas, estão o orçamento “pequeno” do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima; e a demora na criação da Autoridade Climática.

Diretor da Associação Nacional dos Municípios e Meio Ambiente, Mário Mantovani concorda com a crítica.

“O meio ambiente e a cultura são as pastas que têm menos dinheiro neste e em todos os governos. A Autoridade Climática é urgente e necessária”, afirmou.

Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (18), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu as medidas do governo Lula e mencionou as restrições orçamentárias como obstáculo para o enfrentamento da crise.

“Quando você quer aumentar o recurso para as áreas públicas, dizem que é um governo de gastança”, afirmou.

“Fazer prevenção ambiental se gasta, sim. Para fazer combate a desastres naturais se gasta, sim”, complementou a petista.

“Fica esse negócio de impor ao governo, impor ao Executivo, até por parte do Congresso, o sistema financeiro, a mídia, de que tem que fazer economia e a gente tem situações como essas”, disse Gleisi.

Diante dos argumentos, a deputada federal comemorou a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de autorizar a abertura de créditos extraordinários para combater os incêndios e queimadas na Amazônia e no Pantanal.

“Agora, graças a Deus, o ministro Flávio Dino deu uma deliberação de que pode gastar o que for necessário gastar para enfrentar incêndio.”