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Delmiro Gouveia,20/02/2025

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Partidos discutem ‘custo’ de estar no governo com queda na popularidade de Lula

Presidente atingiu maior nível de desaprovação na semana passada, em meio a discussões sobre eventual reforma ministerial


Partidos discutem ‘custo’ de estar no governo com queda na popularidade de Lula 41% dos eleitores reprovam a gestão do presidente. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil - 11.2.2025
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Após o governo federal atingir, na semana passada, o menor nível de aprovação dos três mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os partidos que compõem a base têm discutido internamente o “custo” político de integrar a gestão. Além do PT, a Esplanada dos Ministérios tem 10 siglas, que vão desde a esquerda, com PSOL e PCdoB, até a direita, com Republicanos, passando pela centro-direita, com União Brasil e PSD.

Na sexta-feira (14), a pesquisa Datafolha apontou que 41% dos eleitores reprovam o presidente, o maior número já registrado pelo levantamento considerados os mandatos anteriores. O petista tem, ainda, a pior aprovação dos três governos, com 24%.

Os questionamentos dos partidos ocorrem em meio a discussões de uma eventual reforma ministerial, especulada desde o fim do ano passado. As mudanças têm sido cogitadas para aumentar a governabilidade no Congresso Nacional e aperfeiçoar a comunicação das ações do Executivo, área criticada publicamente por Lula. Para alterar o rumo da divulgação do governo, o petista trocou o comando da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), logo no início do ano.

Integrantes de algumas legendas que fazem parte do governo afirmaram ao R7, em reservado, que a aprovação não interfere no apoio a Lula — por enquanto. É o caso de PSD e MDB, que chefiam, cada um, três ministérios. O PSD comanda Pesca e Aquicultura; Minas e Energia; e Agricultura e Pecuária. O MDB está à frente de Planejamento e Orçamento; Cidades; e Transportes.

Em outro lado da equação, está o PP, representado na Esplanda com uma pasta, a dos Esportes. Acomodar o partido na base de Lula foi um dos fatores que levaram à primeira reforma ministerial do petista, em setembro de 2023, quando André Fufuca (PP) substituiu Ana Moser no comando do ministério.

Nos bastidores, o PP quer comandar mais pastas federais, justamente porque o “preço” de estar ao lado de Lula aumentou. Um dos nomes cotados para integrar a Esplanada é o de Arthur Lira (AL), ex-presidente da Câmara dos Deputados.

Custo elevado

No PSD, a avaliação é de que “popularidade não altera em nada o apoio ao presidente”. No entanto, o partido quer mexer nos ministérios que representa — as principais negociações envolvem deixar a Pesca e receber o Turismo, hoje com o União Brasil.

Os principais nomes do partido, como o líder na Câmara dos Deputados, Antonio Brito (BA), o presidente Gilberto Kassab e o senador Omar Aziz (AM), aguardam convite do presidente Lula para debater o assunto. Ainda não há definição de quando essa conversa ocorrerá.

Apesar de sua sigla ter três ministérios no governo, Kassab não poupou críticas, no fim de janeiro, a Lula e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em um evento do mercado financeiro, o político afirmou que o chefe da Fazenda era “fraco”. Comentou, ainda, que, se as eleições fossem hoje, Lula não conseguiria ser reeleito. Nos bastidores, as declarações de Kassab foram vistas como um passo em direção a alianças com o PSDB e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Sem influência

Para os integrantes do MDB consultados pelo R7, a queda da popularidade de Lula “não tem relação” com o apoio do partido ao governo. A avaliação é de que a legenda está “contemplada” no Executivo e que, portanto, não há motivos para reivindicar mais ministérios.

A posição está “totalmente pactuada”: “Estamos no governo. Nem essa, nem nenhuma pesquisa vai mudar isso”, garantiu uma liderança do MDB.

No entanto, a sigla, que também agrega simpatizantes a Bolsonaro, considera a conta quando se planeja para 2026. Embora o lançamento de candidatura própria seja uma tendência forte, como foi em 2022 e 2018, coligar-se ao PT logo no primeiro turno do próximo ano também não é descartado.


Texto: CNN Brasil

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