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Delmiro Gouveia,18/10/2024

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Enterrar fios em SP reduziria apagões, mas custaria R$ 20 bi somente no centro

Custo do enterramento acabaria repassado para conta de luz da população, o que dificulta avanço da solução

Fonte: CNN Brasil
Enterrar fios em SP reduziria apagões, mas custaria R$ 20 bi somente no centro Imagem: Reprodução

Seriam necessários cerca de R$ 20 bilhões somente para enterrar a fiação elétrica na região central de São Paulo, segundo uma projeção da Prefeitura da capital. Esta solução reduziria a recorrência de apagões na cidade, mas é considerada cara pelos atores envolvidos.

Acontece que a maior parte das falhas na distribuição de energia em episódios de ventania e chuvas — como o da noite da última sexta-feira (11) — são resultados da interferência de árvores e galhos que atingem a fiação. Enterrar os cabos, portanto, evitaria danos.

A responsabilidade por este investimentos em tese seria a concessionária de distribuição (a Enel, no caso de São Paulo), que tem ppp com o governo federal. Como explica o ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Edvaldo Santana, o problema é que estes custos acabariam repassados à conta de luz, o que não interessa aos envolvidos.

“Todos esses custos são repassados para a tarifa de energia, o que a encarece a conta de luz. Se for necessário investir R$ 20 bilhões, o governo não quer que isso seja integralmente repassado para os consumidores. O problema é tarifário, e há incertezas sobre como resolver isso”, explica.

Recentemente o governo publicou um decreto que estabelece diretrizes para renovação de concessões de distribuição entre 2025 e 2031 — o que englobaria a ppp da Enel, que se encerra em 2028. Não há iniciativas para o enterramento de fiações nos novos contratos a serem firmados.

Santana pondera que as redes subterrâneas de energia costumam demandar maior tempo de manutenção, mas considerando que a segurança aumenta com o enterramento, a necessidade de correção é menos constante. Na passagem do furacão Milton pela Flórida, por exemplo, sofreram com falta de energia especialmente localidades de redes aéreas.

“Um furacão desse no Brasil derrubaria toda a infraestrutura, não só de distribuição, mas também das torres de transmissão”, diz o ex-diretor da Aneel.

De acordo com uma projeção da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecom Competitivas (TelComp), São Paulo conta com cerca de 20 mil km de fios aéreos, e somente 0,3% da rede da capital é totalmente subterrânea. Na área de concessão da Enel, 2,1 milhão de pessoas ficaram sem energia.




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